A cantora e dançarina amazonense Beatriz Procópio lançou nesta sexta-feira (15) o clipe de seu mais novo single, ‘Sempre Assim’. A música, interpretada com voz e violão, estilo característico da artista, explora o tema de um amor jovem e idealizado, do tipo que “faz você sentir que a pessoa é o ar que você respira”.
A música, que carrega essa mensagem com leveza e carinho, relembra os primórdios da cantora. Na linha do tempo das composições de Beatriz, ‘Sempre Assim’ antecede ‘Luz’, sua primeira música lançada no Spotify em 2020 e que já conta com mais de 74 mil reproduções. Ambas têm o amor como tema central e possuem um estilo similar, ainda que Beatriz já tenha explorado outros gêneros musicais.
“As duas músicas foram compostas por uma Beatriz apaixonadíssima, que via sempre o lado bom das coisas. Mas de lá pra cá amadureci muito e hoje tenho coragem de explorar outros estilos, o que amo fazer,” conta a artista amazonense.
Essa exploração é visível em ‘Não Tenho Sorte No Amor’, música e clipe lançados em julho e agosto deste ano, respectivamente. Nessa faixa, Beatriz adota uma postura mais madura, tanto musical quanto pessoal, cantando:
“Imagina só não assumir que errou e bota culpa no amor. Coitado do amor”
Em contraste com ‘Sempre Assim’, onde a cantora reflete sobre a vulnerabilidade do sentimento, comum em situações de adolescência, onde geralmente não há um desenvolvimento tão maduro das relações. O eu-lírico da canção se declara vitalmente conectada ao relacionamento. Procópio conta que a música foi escrita para a primeira menina pela qual se apaixonou.
“E só de pensar em não poder te namorar. Nada fica bem, sou tua refém”

Enquanto ‘Não Tenho Sorte No Amor’ traz uma pegada rock, com um toque de Pitty, ‘Sempre Assim’ marca o retorno ao MPB romântico e singelo, evocando as influências de Cássia Eller, Elis Regina e Rita Lee. Bebendo e várias fontes, Beatriz não se prende a nenhum estilo e diz que seu maior comprometimento é, mesmo apresentando várias estéticas, o público sempre sinta sua digital presente. A artista conta que sente estar no caminho certo.
Conectada à música brasileira, além das artístas clássicas, Beatriz diz ter bastante influênica de Marina Sena, Lagum e a dupla Anavitória, que encerram a era ‘COR’, inciada no ano novo de 2021, este mês.
O clipe de Sempre Assim, dirigido por Gandhi Tabosa, é “sensorial e delicado”, com uma intensidade que representa bem o amor juvenil retratado na música. Gandhi, que também criou o roteiro e assinou a edição junto a Eberth Santana, conhece a artista profundamente, já que foi seu coreógrafo por dez anos, e captou com precisão a essência do amor retratado na canção. Ghandi também é diretor do grupo Gandhicats e coreógrafo do Boi Bumbá Garantido.
No dia seguinte ao lançamento do clipe, Beatriz se apresenta em um show homenageando Anavitória ao lado da cantora Duda Raposo, com quem estudou no Ensino Médio. A dupla promete trazer uma interpretação mais madura ao repertório, refletindo a própria evolução das artistas tocantinenses e delas próprias, desde a primeira vez que cantaram juntas, em 2019.

O evento acontece no Casa Som Amazônia Cultural, a partir das 19h. Os ingressos estão disponíveis no Sympla.
O próximo lançamento de Beatriz segue um mistério, mas a artista contou com exclusividade ao Modo Hype que a previsão é para fevereiro de 2025, trazendo um clima carnavalesco, característico desta época do ano.
Confira clipe e letra
Nada conspira ao nosso favor
A não ser nosso amor
Olhar e perceber que não dá assim
Mas fazer o que, vocês nasceu pra mim
E só de pensar em não poder te namorar
Nada fica bem, sou tua refém
Não tenta entender e deixa acontecer
Não dá pra saber o quanto vai durar
Só dá pra tentar, aproveitar
O tempo que ainda tem pra passar junto a ti
Já cansei de chorar
De pensar em te perder
Mas amor vai sempre ter, eu e você
Isso não vai mudar
Vai ser sempre assim
Eu gostando de você e você de mim
Podem até tentar
Mas não dá pra terminar um amor sem fim
E o nosso é assim
Podem até tentar
Mas não dá pra terminar um amor sem fim
Confira entrevista ao Modo Hype
Modo Hype: Beatriz, ‘Sempre Assim’ fala de um amor que parece destinado a terminar. Foi escrita para alguém específico ou o eu-lírico é mais ficcional?
Beatriz Procópio: Todas as músicas que lancei até então são sobre experiências que eu mesma vivi, e ‘Sempre Assim’ não foge disso. Essa música foi escrita pra primeira menina que me apaixonei na vida, aquele amor que tu sente que a pessoa é o ar que tu respira sabe? Tudo muito intenso e muito vivo.
- Modo Hype: E da mesma forma que ela relembra um amor antigo, ‘Sempre Assim’ te leva ao “antes”, musicalmente falando? Em ‘Luz’, lançada em 2020, você se lança no mundo da música com voz e violão. A cada lançamento, as músicas ficam mais animadas, com percussão e um “samba no pé”, até se arriscando no rock. Em ‘Sempre Assim’, a voz e o violão voltam. O que mudou desde lá? Qual a diferença de Beatriz Procópio de Luz para de ‘Sempre Assim’?
Beatriz Procópio: Eu amei essa pergunta! Na cronologia de composição, ‘Sempre Assim’ vem antes ‘Luz’. ‘Sempre Assim’ é de 2015 e ‘Luz’ é de 2017. Minha raiz é muito MPB, “nasci” na MPB e espero sempre voltar pra ela. Então acredito que nada tenha mudado muito, as duas músicas foram compostas por uma Beatriz apaixonadíssima, tentando sempre ver o lado bom das coisas, mas de lá pra cá tô muito mais madura e com coragem de flertar com outros estilos, coisa que AMO fazer, ainda mais quando se trata da riqueza musical do Brasil, mas a MBP é a número 1 do meu coração.
- Modo Hype: Ainda sobre ‘Luz’, essa é a primeira música que podemos encontrar no Spotify! Já sabendo que essa não é a primeira música, mas tem outras escondidas no seu bloco de notas? O que Beatriz Procópio ainda esconde do mundo? Talvez um álbum? Um EP?
Beatriz Procópio: Cara tem várias músicas escondidas! A próxima que vai sair, por exemplo, completou 10 anos esse ano! Compus muita coisa mais jovem e guardei tudo com muito carinho pra lançar no momento certo! Então pode ter certeza que vem aí um EP! Com músicas antigas e também fresquinhas, tô muito ansiosa pra lançar tudo!
- Modo Hype: Foi anunciado que, no dia 16 de Novembro, fará um show inspirado nas ANAVITÓRIA, junto com a Duda Raposo. As ANAVITÓRIA são um objetivo pra você? Elas encerram a era COR recentemente, com Eurotour e tudo! Aonde Beatriz Procópio quer chegar?
Beatriz Procópio: As Anavitoria sempre foram uma inspiração pra mim, não posso negar. A maneira que a Ana compõe me pega demais e pra mim o álbum COR; além de abraçar toda a genialidade da Ana, a voz maravilhosa da Vitória; tem muita brasilidade. Então pra mim não tem erro! Já a Beatriz, quer chegar no ouvido de mais e mais gente, poder abraçar a dor de alguém, ser a trilha sonora de uma conquista ou de um momento feliz! Quero estar cada vez mais perto das pessoas.
- Modo Hype: E essa parceria com a Duda Raposo? De onde veio tudo isso?
Beatriz Procópio: Fizemos uma primeira versão desse show em 2019, eu tava muito fanzoca delas e queria muito cantar as músicas. Duda estudou na mesma escola que eu, e logo pensei que ela daria uma Ana perfeita, convidei ela e ela aceitou! Foi o primeiro show da carreira dela e foi MUITO legal! Ai veio a vontade de fazer de novo, agora nos duas mais maduras e com as Anavitória entregando um som completamente diferente daquela época, achamos que super valia fazer mais uma vez!
- Modo Hype: Sem contar as ANAVITÓRIA, que artistas mais são inspiração ou parâmetro para você? Quais são as fontes que você bebe?
Beatriz Procópio: Eu bebo de tudo um pouco, não tenho muito preconceito com estilos, se esbarro em algo bom ou alguém fala “ouve isso aqui eu adorei” eu vou escutar. Mas minhas fontes mais claras são Cássia Eller, a potencial na simplicidade vocal dela sempre me arrebata. Elis, no sentido mais do estar no palco 100% presente. Rita, por ser autêntica sem medo algum. Lagum com a vibe surreal que a banda tem e “De Primeira” da Marina Sena também me pega muito!
- Modo Hype: Podemos ver que, nos clipes, Beatriz Procópio não se prende a uma única estética. Dos quatro lançados, os conceitos variam bastante. De onde vem essa pluralidade de ideias? Quantas Beatrizes Procópios existem dentro dessa artista?
Beatriz Procópio: Existem MUITAS! Acho que minha vida na dança, eu dancei durante 20 anos, me fez não ter medo de experimentar as coisas e não me colocar em uma caixinha só. Meu maior comprometimento é que mesmo apresentando várias estéticas o público sempre sinta minha digital presente, e sinto que tenho conseguido fazer isso!
- Modo Hype: E qual foi o conceito do clipe de ‘Sempre Assim’? Tem um ‘q’ de ‘Amarelo, Azul e Branco’, mas de onde veio a inspiração dele?
Beatriz Procópio: A música é extremante sensorial e delicada, mas com uma potência enorme! Então pra mim ter a presença da natureza, da terra e do nosso rio era meio que óbvio, porque pra mim traduz esse adjetivos. Também tinha uma vontade grande de conseguir mostrar a força e a intensidade desse amor tão ingênuo. O Gandhi Tabosa, que assina a direção do clipe, entendeu 100% o que eu queria e elevou minha ideia. Fui bailarina dele por 10 anos, ele me conhecer tanto e ter acompanhado de perto esse amor fez com que tudo se encaixasse perfeitamente.
- Modo Hype: E fazer música já é difícil, agora no Norte é ainda mais. Isso tá mudando? Como que você descreveria o cenário Amazonense no âmbito da arte musical? Já é promissor ou ainda tem muitas âncoras?
Beatriz Procópio: Eu sinto que tá mudando sim, mas não de fora pra dentro, no sentido do Brasil estar mudando em relação a arte nortista, mas sim de dentro pra fora. Sinto que existe uma coletividade que antes não existia, pessoas querendo realmente fortalecer o trabalho do outro. As ancoras continuam bem presentes, mas eu tô sempre na esperança, e comemorando muito quando um artista daqui fura a bolha que nos colocam.
- Modo Hype: Agora, Bia, se imagine numa sala de aula cheia de mini Beatrizes, mini Procópios, mini Sants, mini artistas amazonenses que sonham em fazer a arte. Dê o maior dos conselhos pra eles, motive essa galera que ainda tem medo de mostrar a arte que mora no seus corações!
Beatriz Procópio: Ai, a responsabilidade de falar algo! Eu falaria que sempre vale a pena a gente fazer o que a gente ama! Sempre vai ter alguém que vai adorar, que vai ficar feliz de escutar tua música, ver tua arte e isso não tem preço. Diria também que o mais importante é você ficar satisfeito com seu trabalho, hoje a pressão dos números engole muito a gente, e é inevitável não ficar abalado quando algo não vai bem, mas sempre bom lembrar quando vier aquela vozinha: “300 plays não é nada”. Mano, coloca 300 pessoas numa sala e me diz aí que é pouca gente. Duvido!!
“Mas de verdade, siga fiel a você, tenha perto de você pessoas que acreditam no teu trabalho e faz o teu da melhor forma possível. Eu prometo que vai ser no mínimo, uma experiência muito legal!“
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